Congresso internacional debate importância da comunicação pública

Emissoras públicas defendem protagonismo mundial contra desinformação
06/06/2025
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08:59
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Cadu Pinotti/Agência Brasil

Representantes de organizações nacionais e internacionais de comunicação se reuniram, em São Paulo, para debater o papel das emissoras públicas na prática do jornalismo, na programação cultural e na educação.

Entre os pontos abordados durante o 1º Congresso Internacional de Emissoras Públicas da USP, realizado nos dias 21 e 22 de maio, tiveram destaque debates sobre o papel das emissoras públicas no combate às fake news, a contribuição para o jornalismo de qualidade e o fortalecimento da democracia.

Como prestadora de serviços públicos, responsável por gerir emissoras de televisão, de rádio, agências de notícias e a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) levou ao congresso a experiência na produção de conteúdo jornalístico, educativo e cultural com foco no interesse público, além de estratégias para promover a diversidade e enfrentar os desafios da transformação digital.

O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Jean Lima, integrou o painel: “as contribuições e as estratégias das emissoras públicas para enfrentar o cenário de desinformação e promover a democracia”.

Lima afirmou que a desinformação sempre existiu, mas a desinformação como método político, instrumento da extrema direita, é a novidade mais recente, principalmente com a ascensão das redes sociais.

“A desinformação tem dois braços. O primeiro é desestabilizar democracias. Nós vivemos isso muito de perto aqui no Brasil, com o questionamento, por exemplo, do processo eleitoral, que é exemplo no mundo. Outro exemplo é a vacinação, também referência para o mundo, que é um serviço público, também foi afetado pela desinformação. São dois exemplos de como a desinformação pode afetar o acesso a políticas e serviços públicos”, disse.

Jean Lima citou os veículos da EBC como parte da credibilidade do jornalismo como forma de combater a desinformação.

“Temos na TV, duas horas e meia de jornalismo diário, que informa a população sobre os serviços, atendimento ao cidadão, políticas públicas. Temos a Rádio Nacional, que presta serviço importante, também por meio de podcast, com ações educativas e informativas”.

Ele mencionou também a Radioagência Nacional e a Agência Brasil, agências públicas de notícias, ambas da EBC.

Emissora pública

Por definição, emissoras públicas são aquelas que não têm finalidade comercial e não se subordinam a gestões partidárias, governamentais ou religiosas. Elas se financiam por meio de verbas públicas ou de orçamentos assegurados por legislações públicas e são geridas por boards ou conselhos curadores que contam com a participação de representantes da sociedade civil. Isso significa que os canais de televisão e de rádio diretamente controlados pelo Estado não podem ser considerados propriamente públicos.

*Com informações da Agência Brasil