Retrospectiva RNCP: Encontro anual reuniu afiliadas de todo o Brasil
As afiliadas de rádio e televisão das cinco regiões do país marcaram presença no Encontro Anual da Rede Nacional de Comunicação Pública 2024, que aconteceu nos dias 8 e 9 de maio, em Brasília. O evento contou com mais de 300 participações de representantes e cerca de 90 instituições parceiras de todas as regiões do Brasil. “É uma satisfação enorme receber todos os parceiros de rádio e televisão para o Encontro para debater comunicação pública em todo o país. São esses parceiros que fazem a programação da TV Brasil e das nossas rádios acontecer”, celebrou o diretor-presidente da EBC, Jean Lima, no primeiro dia do evento.
O Encontro ocorreu em meio à maior expansão da história da RNCP que passou a contar, em setembro de 2024, com 122 geradoras de TV e 158 de rádio. Desde janeiro de 2023, a ampliação do quantitativo de afiliadas foi de mais de 170%, com foco especial nas parcerias com universidades e institutos federais. “Nós temos parceiras em todas as capitais, tanto de rádio quanto de TV, e agora estamos neste movimento de expansão da Rede para o interior do país para que a EBC, tanto o sinal da TV Brasil quanto da multiprogramação, chegue em todo o território nacional”, explicou a diretora-geral da EBC, Maíra Bittencourt.
As instituições recém-afiliadas participaram pela primeira vez do Encontro e trocaram experiências entre si, com a EBC e com as emissoras já consolidadas na RNCP. É o caso da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia representada por Cesar Velame, coordenador da Assessoria de Comunicação da instituição: “Somos novatos neste processo, estamos aprendendo muito a partir da entrada na rede. A gente fica no interior, em municípios de 30 a 600 mil habitantes, onde 84% dos estudantes são autodeclarados negros. Estamos perto de comunidades quilombolas e indígenas. Então, nossa comunicação vai ser para esse público”, disse. A UFRB está em processo de implantação e, em breve, deve inaugurar uma emissora de rádio e outra de TV.
Outra emissora que participou do Encontro é a TV UFPA, da Universidade Federal do Pará. A professora Kalynka Cruz é a responsável pela implantação do canal da instituição. “Uma comunidade de mais de 70 mil pessoas, umas das maiores universidades do país, a chegada da TV é muito esperada e faz muito sentido para nós. Também pelo fato de ter a COP 30 em breve e teremos protagonismo”, declarou a professora.
Entre as parceiras mais experientes, o desafio principal é aumentar a cobertura do sinal. O diretor-presidente do Sistema Encontro das Águas, Oswaldo Lopes, destacou que, até o fim do ano, o sistema público de rádio e TV amazonense deverá chegar aos 62 municípios do estado, sendo que, atualmente, já está em 52. “Até o fim do ano estaremos em todos os munícipios, o que é um fato inédito”, comemorou Lopes.
A Rede E, do Mato Grosso do Sul, também está em pleno processo de expansão. O diretor Carlos Filho explicou que a emissora já chega a quase 100% do estado, que tem 79 municípios. Além disso, Filho se orgulha de exibir a produção própria sul-mato-grossense em rede nacional: "A gente conseguiu que um dos programas produzidos fosse veiculado na grade nacional da TV Brasil. O nosso programa Expedição MS que mostra as belezas culturais do Mato Grosso do Sul está na TV Brasil“, disse.
Atualmente, a TV Brasil tem duas faixas de programação regionais ao longo da semana, às 6h da manhã e às 13h30 da tarde, nas quais são exibidos os conteúdos produzidos pelas emissoras da RNCP em rede nacional. “Isso é importante porque quando a gente fala em termos de TV Brasil, a gente precisa que o brasileiro, nas suas múltiplas diversidades, se reconheça e para isso é importante ter sotaques, paisagens, jeitos e culturas diferentes. O Brasil é um país continental e abarca toda essa multiplicidade de formas de existir”, afirmou a diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antônia Pellegrino, durante o evento.
De fato, o reconhecimento do trabalho em rede nacional pode ser constatado pelos números de audiência. A TV Brasil hoje se consolida em 5º lugar no ranking entre todas as emissoras em sinal aberto e fechado do país, tendo mais de 51 milhões de telespectadores alcançados. "Um dado muito importante desta construção coletiva é que hoje 49% da nossa audiência é a partir das nossas emissoras da Rede. Então cada emissora contribui nesta construção coletiva também de audiência.”, completou Maíra.
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